Neste artigo, você vai aprender como usar a Curva ABC para organizar e controlar o estoque da sua loja de autopeças. Entenda como priorizar os itens mais importantes, reduzir custos e evitar lotes de produtos sem saída. Com essa estratégia, você melhora a eficiência e maximiza os lucros do seu negócio.
Manter o controle eficiente do estoque é um dos fatores chave para o sucesso de uma loja de autopeças. Da mesma forma, é um dos maiores desafios também. Uma gestão desorganizada pode levar a prejuízos, seja por excesso de produtos parados, seja por falta de peças essenciais para os clientes. É nesse contexto que a Curva ABC se destaca como uma das melhores ferramentas para acertar o pulo do gato na gestão do estoque.
O que é a Curva ABC?
A Curva ABC é uma metodologia aplicada na administração de empresas que possuem estoque, que classifica os produtos do estoque com base em sua importância para o faturamento da empresa.
Na prática, a divisão da Curva ABC é feita em três categorias:
1 – Classe A:
Itens de maior importância, que representam 20% do total de produtos, mas são responsáveis por 80% ou mais do faturamento.
Imagine uma loja de autopeças com 1.000 produtos cadastrados em estoque,vendendo R$ 100 mil todos os meses. Dentre essas vendas, 20% (200 itens) correspondem a 80% da venda total, resultando em R$ 80 mil.
A partir disso, podemos entender que esses 200 itens geram maior parte do faturamento e deve-se dar mais atenção a esse grupo de produtos durante a gestão do estoque.
Caso os resultados com esses produtos não sejam bons, a saúde da sua loja de autopeças será comprometida.
2 – Classe B:
Produtos intermediários, que representam 30% dos itens e cerca de 15% do faturamento.
Como exemplo prático, podemos considerar o mesmo exemplo anterior: uma loja de autopeças que possui 1.000 produtos cadastrados, onde 300 unidades representam um valor total de R$ 15 mil.
De forma geral, esses itens não necessitam de uma supervisão e controle tão rígido, mas ainda assim são importantes de serem monitorados.
Na sua rotina, isso pode significar que é necessário manter estoque para evitar problemas e aumentar chances de fazer cross-sell, pois comumente se trata de um produto periférico e complementar aos produtos principais – presentes na Classe A.
É uma ótima oportunidade de maximizar lucros!
3 – Classe C:
Itens de menor impacto no faturamento, representando cerca de 50% dos produtos e apenas 5% do faturamento.
Em outras palavras, são produtos menos importantes. Seguindo com nosso exemplo, 500 produtos fazem parte desse nível, totalizando R$5 mil em vendas mensais.
No caso desse grupo é recomendado manter um estoque básico, pois costuma trazer pouco retorno financeiro. Caso perceba que esses itens não são necessários, mantenha-os fora do estoque.
Costumam ser marcas específicas e pouco utilizadas ou até mesmo testes de produtos usados de forma sazonal. Muito cuidado para não manter esse tipo de produto “encalhado” no seu estoque.
Uma boa opção aqui é montar kits com esses itens ou dar como brinde em pedidos de valor significativo.

Como implementar a Curva ABC e categorizar os itens?
O primeiro passo para adotar a Curva ABC na sua rotina de gestão de estoque é listar e categorizar os produtos. Faça um levantamento de todas as peças no estoque, anotando quantidades, valores e volume de vendas. Um sistema de gestão (ERP) com estoque atualizado pode facilitar bastante essa etapa.
O segundo passo é calcular o impacto de cada item.
Para fazer isso, basta multiplicar a quantidade vendida pelo preço unitário de cada peça.
Na sequência, calcule o percentual de faturamento que cada item representa em relação ao total.
Com essas informações em mãos, o terceiro passo é classificar os itens por nível de faturamento nas classes A, B e C (conforme explicação no tópico anterior).
E por último, chegou a hora de desenhar a estratégia para cada classe. Já falamos um pouco disso anteriormente, mas você pode:
E na classe C: considerar reduzir o estoque e buscar alternativas para lidar com produtos parados.
Na classe A: monitorar de perto o estoque e garanta a reposição constante, evitando rupturas.
Na classe B: planejar a reposição de acordo com a demanda, mantendo equilíbrio e fazendo cross-sell.
Por que a Curva ABC é importante para uma loja de autopeças?
No segmento de autopeças e autocenters, a variedade de produtos é gigantesca, e na hora das vendas pode variar bastante entre itens.
Alguns tipos de peças, como filtros de óleo e pastilhas de freio, têm alta rotatividade e são o coração do estoque – já que são trocadas com mais frequência em veículos.
Outras, como componentes específicos de modelos específicos, podem ficar paradas e gerar dores de cabeça.
Aplicar a Curva ABC ajuda a priorizar os produtos mais estratégicos, otimizando os recursos financeiros e o espaço físico também.
Dentre os principais benefícios em usar a curva ABC, podemos citar:
- Melhor gestão financeira, concentrando os investimentos nos itens de maior impacto.
- Redução de desperdícios, evitando excessos de estoque em produtos com baixa saída.
- Prevenção de rupturas para garantir que os itens mais vendidos estejam sempre disponíveis.
- Tomada de decisão estratégica ao oferecer dados claros para ajustar compras e promoções.
Dicas extras para potencializar o uso da Curva ABC
- Automatize processos: utilize um software de gestão (ERP) que permita atualizar a análise da Curva ABC em tempo real. O Gaud ERP permite que você tenha a Curva ABC sempre atualizada para uso.
- Acompanhe o mercado: esteja atento às mudanças na demanda por peças devido a sazonalidades ou lançamentos de novos modelos de veículos.
- Crie e mantenha parcerias com fornecedores: negocie condições que permitam maior flexibilidade no abastecimento, principalmente para itens da classe A.
Aplicar a Curva ABC no controle do estoque da sua loja de autopeças é uma maneira eficaz de organizar os processos, aumentar a eficiência e melhorar a experiência dos clientes.
Com essa ferramenta, você consegue investir de forma inteligente, manter o estoque sempre alinhado à demanda e, principalmente, garantir mais lucros.